Durante muito tempo, o trabalho jurídico foi associado exclusivamente à técnica: interpretar leis, redigir petições, analisar contratos. E, claro, tudo isso continua sendo essencial. Mas os desafios da atualidade pedem mais. Hoje, o advogado — especialmente quem atua dentro de instituições, empresas ou no setor público — precisa pensar como gestor.
Isso significa que o jurídico não pode mais ser visto apenas como um setor que “resolve problemas” quando eles aparecem. Ele deve estar presente desde o início, na construção de soluções, na análise de riscos, no planejamento de políticas e ações. O jurídico moderno antecipa, orienta, contribui com a tomada de decisão. Ele não chega depois da dor de cabeça — ele ajuda a evitá-la.
Para isso, é preciso mais do que conhecimento técnico. É preciso visão sistêmica, entendimento das dinâmicas administrativas, capacidade de diálogo com diferentes setores e, principalmente, linguagem clara. O advogado que só se comunica por meio de pareceres complexos acaba sendo deixado de lado. Já o profissional que sabe traduzir o Direito em caminhos concretos, compreensíveis e aplicáveis, vira peça-chave da equipe.
Na administração pública, esse perfil é ainda mais importante. O assessor jurídico que atua com foco em gestão entende que cada decisão tem impacto político, financeiro e social. Ele não apenas interpreta a lei, mas avalia consequências, sugere alternativas e orienta caminhos seguros e eficientes. Atua com foco em resultados, sem perder a legalidade de vista.
E isso exige atualização constante, tanto em Direito quanto em temas como governança, controle interno, indicadores, planejamento, tecnologia. O bom advogado hoje precisa entender que sua função vai além da norma: ela dialoga com a realidade.
Conclusão
O novo perfil do advogado não é o de um técnico isolado em sua mesa. É o de um gestor jurídico: alguém que domina a lei, mas também enxerga processos, pessoas e propósitos.
Quem assume esse papel se torna essencial — porque não apenas resolve, mas constrói soluções. Não apenas interpreta, mas orienta caminhos. Não apenas responde, mas ajuda a decidir.
O jurídico que se posiciona de forma estratégica deixa de ser um setor auxiliar e passa a ser parte central do planejamento e da execução. E é exatamente esse tipo de profissional que o presente exige — e o futuro não vai abrir mão.
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