É comum ouvir a mesma justificativa sempre que algo não anda no serviço público: "a burocracia atrapalha", "o sistema é lento", "a máquina trava tudo". De fato, a estrutura estatal é complexa. Há normas, processos, exigências formais. Mas será que é mesmo a burocracia o problema?
Na prática, o que mais paralisa a administração pública não é o excesso de regras — é a falta de visão. Falta planejamento, clareza de metas, comunicação entre setores, e, acima de tudo, compromisso com o propósito do serviço público: melhorar a vida das pessoas.
A burocracia existe para garantir segurança, transparência e legalidade. É possível — e necessário — ser eficiente dentro das regras. O que não se pode é usar a burocracia como muleta para justificar a inércia, a falta de atitude ou a má gestão.
Quantos projetos param porque ninguém assume a liderança? Quantas decisões são adiadas por medo de responsabilidade? Quantos recursos se perdem por ausência de planejamento técnico e estratégico?
Um bom gestor não se esconde atrás do sistema. Ele conhece os caminhos, antecipa problemas, forma equipe, busca soluções. Ele entende que a administração pública precisa funcionar como organismo vivo — e não como um emaranhado de gavetas trancadas.
Conclusão
Burocracia não é o vilão. O verdadeiro desafio está em ter gente com preparo, coragem e visão para fazer a máquina girar sem perder a legalidade. Governar exige mais do que cargo: exige direção. E quem tem visão clara, transforma processos em resultados — e não em desculpas.
Porque servir ao público não é repetir o que sempre foi feito. É ousar fazer melhor.
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