Vivemos em um país onde muitos sabem reclamar de políticos, impostos e decisões judiciais — mas poucos sabem, de fato, o que diz a Constituição. Não por falta de interesse, mas por falta de acesso. A verdade é que a maioria dos brasileiros termina a escola sem nunca ter lido um artigo sequer da Carta Magna. E isso tem consequências profundas.
Ensinar a Constituição nas escolas não é transformar adolescentes em juristas. É permitir que desde cedo eles compreendam o que são direitos, deveres, limites, garantias. É ensinar, por exemplo, o que significa igualdade perante a lei, liberdade de expressão, o papel dos três poderes e a importância da democracia. Não é aula de política partidária. É aula de estrutura social.
Quando um jovem aprende que a Constituição é mais do que um livro — é a base do país em que vive — ele entende melhor o seu papel no mundo. Passa a identificar abusos, a exigir o que é justo, a respeitar o que é legítimo. Aprende que participar da vida pública vai além de votar de dois em dois anos. E mais: que o Estado tem obrigações com ele, mas que ele também tem obrigações com o coletivo.
Além disso, é uma forma de reduzir a manipulação e o uso indevido da ignorância política como ferramenta de controle. Cidadãos bem informados são menos vulneráveis a discursos fáceis, promessas vazias e radicalismos. São mais críticos, mais atentos, mais exigentes.
Levar o estudo da Constituição para dentro das escolas é investir em algo que muitos discursos políticos prometem, mas poucos sabem construir: um país mais justo.
Conclusão
Ensinar a Constituição nas escolas é dar voz ao cidadão antes que ele precise gritar. É formar uma geração que entende que democracia não se defende só com indignação, mas com conhecimento. Porque quem conhece seus direitos não se cala — se posiciona.
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