Discutir educação no Brasil é sempre urgente — e necessário. O país convive há anos com baixos índices de desempenho, evasão escolar, indisciplina e sobrecarga de professores. Dentro desse cenário, o modelo de escolas cívico-militares surge como uma proposta que, apesar das controvérsias, merece ser analisada com seriedade, e não com preconceito ideológico.
Defender esse modelo não significa apoiar a militarização da educação ou substituir o ensino pela hierarquia. Significa reconhecer que algumas escolas precisam, antes de qualquer coisa, de ordem, estrutura e respeito. Em muitas regiões, a sala de aula virou um campo de sobrevivência — para o professor, para o aluno, para a equipe pedagógica. E o aprendizado fica em segundo plano.
O modelo cívico-militar busca reorganizar esse ambiente. A presença de militares na gestão administrativa, e não no conteúdo pedagógico, contribui para a melhoria da disciplina, da pontualidade e da convivência. Isso, na prática, ajuda a reduzir a evasão, os conflitos internos e até o vandalismo. Com menos caos, o professor ensina melhor e o aluno aprende com mais segurança.
Mais do que resultados estatísticos — que já começam a aparecer em algumas escolas — há também um ganho simbólico: o resgate de valores como respeito à autoridade, responsabilidade e pertencimento. Valores que, longe de serem "opressores", são essenciais para a convivência em sociedade.
É claro que esse modelo não é solução única. Nem toda escola precisa dele. Nem todo contexto comporta essa estrutura. Mas é um caminho possível para realidades onde o abandono institucional já é regra. Fechar os olhos para isso em nome de discursos abstratos é deixar alunos e professores à própria sorte.
Conclusão
A educação pública precisa de pluralidade de soluções, não de rótulos. O modelo cívico-militar, quando bem aplicado e adaptado à realidade local, pode ser um instrumento de resgate. Não é sobre colocar farda na escola — é sobre devolver dignidade a um espaço que deveria ser sagrado: o da formação.
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