Existe um medo silencioso que ronda muitos gestores públicos: o de serem excessivamente vigiados. Há quem veja a transparência como um obstáculo, uma exigência burocrática, um risco de exposição. Mas essa é uma visão antiga — e perigosa.
Na verdade, a transparência é uma das ferramentas mais poderosas que um gestor pode ter ao seu lado. Não para se proteger de algo — mas para construir confiança.
Em tempos de redes sociais, de cidadãos atentos e de instituições cada vez mais fiscalizadas, governar sem abrir os bastidores das decisões deixou de ser uma opção. A população quer saber para onde vai o dinheiro público, por que uma obra foi priorizada e não outra, quem está ganhando com determinado contrato. E ela tem esse direito.
O gestor que entende isso, e adota uma postura aberta, se fortalece. Ao invés de parecer acuado ou reativo, mostra firmeza. Demonstra que não tem nada a esconder — e, mais do que isso, convida a sociedade a participar, a fiscalizar, a sugerir. Ganha legitimidade.
Além disso, a transparência protege. Documentar decisões, tornar dados públicos, seguir processos claros não só evita irregularidades como blinda o gestor de interpretações equivocadas. E no serviço público, onde tudo pode virar questionamento, isso vale ouro.
Conclusão
Transparência não é ameaça, é escudo. Não é empecilho, é ponte. Um gestor que escolhe a transparência governa com mais clareza, mais respaldo e mais diálogo. E, acima de tudo, mostra que entende o verdadeiro sentido do serviço público: servir com responsabilidade e respeito ao cidadão.
Porque autoridade de verdade não se impõe com sigilo. Se constrói com coerência.
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