Muita gente ainda confunde liderança com poder. Acredita que ocupar um cargo público significa ter mais autoridade, mais controle, mais espaço para decidir. Mas o tempo — e a vida prática — mostram que liderar, de verdade, é o contrário disso. Liderar é servir. E o Direito ensina isso, mesmo quando parece só falar de leis e normas.
Quem conhece a estrutura da Administração Pública sabe: o gestor existe para atender o interesse coletivo. Todo recurso, todo contrato, toda decisão deve passar por uma pergunta simples, mas poderosa: isso melhora a vida de quem?
A gestão pública não é uma empresa privada, onde o objetivo é lucro. Ela é o instrumento do Estado para atender necessidades reais da população. Por isso, um bom gestor não pode se fechar na técnica nem se perder em vaidades. Precisa entender de gente, ouvir demandas, acolher críticas e, acima de tudo, agir com responsabilidade, respeito e ética.
O Direito oferece esse caminho. Através dos princípios constitucionais, como legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, ele nos lembra que cada decisão precisa ser justa, transparente e eficaz. Mas mais do que isso: precisa fazer sentido para quem vive o dia a dia da cidade, do bairro, da escola, do hospital.
Ser gestor, portanto, não é se colocar acima. É se colocar à disposição. É saber que o cargo é transitório, mas os impactos das decisões são duradouros. É compreender que o poder é um meio — e não um fim.
Conclusão
O Direito nos ensina que governar é respeitar a lei. Mas a vida pública exige mais: é preciso governar com propósito, com sensibilidade e com escuta. Quem lidera para servir constrói confiança, transforma espaços e deixa um legado que vai além de obras ou mandatos.
Porque no fim das contas, o verdadeiro líder é aquele que entende que a caneta só tem valor quando usada para fazer o bem.
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